Ainda, e infelizmente, um tema considerado grande tabu na sociedade é suicídio, entretanto, muito mais comum e recorrente do que imaginamos. São mais de 700 mil casos no mundo todo anualmente. É um número chocante e por isso tão importante de ser discutido. Aqui no Brasil, em média, 11 mil suicídios acontecem todos os anos. Entre 2010 e 2019, houve um aumento significativo na taxa de suicídios, cerca de 43% cada ano.
Em 2020, mesmo com os efeitos da pandemia de Covid-19, segundo a FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), houve decréscimo de 13% nos suicídios na população geral do Brasil e entre março e dezembro de 2020.
Como a sociedade vê o suicídio
Em geral, o suicídio é considerado multicausal. Ele pode surgir em função de fatores psicológicos, biológicos, sociais e culturais. Não há somente uma possibilidade e, talvez por isso, ainda seja tão difícil para aqueles que não passam pela depressão compreender a doença e o que leva um indivíduo ao suicídio.
Sabemos que está normalmente associado a pessoas que já possuem um transtorno emocional e, em grande parte dos casos, acomete jovens de 15 a 29 anos.
“Suicídios e tentativas de suicídio têm um efeito cascata que afeta não apenas os indivíduos, mas também as famílias, comunidades e sociedades. ”
O fato é que o suicídio tem um grande impacto individual e coletivo. A população em geral é bastante afetada, principalmente quando alguém conhecido ou próximo decide se suicidar. Ocorre uma certa desorientação. Muitas pessoas (a grande maioria) nem sabem como agir quando estão próximos a um acontecimento deste tipo. O suicídio afeta não somente os conhecidos, parentes da pessoa, mas também dá mau exemplo. É comum casos em que crianças começam a disseminar brincadeiras que envolvem isso.
“A redução da mortalidade por suicídio é de importância global e uma consideração vital para a saúde pública. “
Possíveis soluções e ações de prevenções
Uma das principais formas de tentar evitar que o indivíduo chegue de fato ao ato é a observação. A mudança de comportamento pode ser um dos principais alertas. Por normalmente estar associado a transtornos mentais, temos que ficar verdadeiramente atentos a mudanças no comportamento do indivíduo: mudança na energia, na forma de agir e se comportar ou até mesmo na forma de se relacionar com as pessoas, principalmente em ambientes do dia a dia, como no trabalho, na escola, etc.
É importante frisar que o suicídio não aparece repentinamente. É uma última e desesperada ação para acabar com um sofrimento. Para a pessoa, não há outras saídas para amenizar sua dor. Portanto, todo e qualquer sinal que remeta a alguém a ideia de suicídio é necessário que dar voz e encaminhar e até um profissional qualificado para cuidar do caso.
Considerando a gravidade da doença, ações preventivas podem e devem ser tomadas pelos governos para reduzir os índices e evitar que casos deste tipo ocorram.
Como por exemplo: ações de maior vigilância e prevenção, acordo de cooperação e técnicas adequadas com os Centros de Valorização da Vida, distribuição de materiais e treinamento para profissionais da saúde, população e jornalistas, qualificação para equipes de assistência e melhor notificação e ampliação da assistência.
Centros de Valorização à Vida (CVVs) e sua atuação
Os Centros de Valorização da Vida atuam em todo o território brasileiro e recebem mais de 3 milhões de atendimentos anuais, por aproximadamente 4000 voluntários, localizados em 24 estados mais o Distrito Federal.
No entanto, mesmo com a ajuda deste recurso, é essencial que os indivíduos que estejam com sintomas, principalmente depressão e ansiedade, passem por um tratamento especializado com profissionais da saúde (médicos e psicoterapeutas). O tratamento é fundamental para que a pessoa consiga identificar gatilhos, ressignificar crenças, recuperar o autocontrole e estabelecer metas.
“Se você está precisando de ajuda, não hesite em ligar para o número 188! O serviço é gratuito e 24h.”
Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental