O Transtorno Afetivo Bipolar, ou mais conhecido somente como Transtorno Bipolar (TB) é considerado um distúrbio psiquiátrico neuroquímico, crônico e complexo, principalmente por gerar grande impacto na vida das pessoas e em suas relações sociais. Sua característica mais marcante é instabilidade e a alternância de humor: episódios de depressão, episódios de mania ou hipomania (humor elevado persistente, expansivo ou irritável), e de períodos sem sintomas entre eles.
Existem três tipos principais deste transtorno. O tipo 1, tipo 2 e transtorno ciclotímico. Existem diferentes graus da doença e duração dos sintomas, que diferenciam os tipos diagnósticos.
Este transtorno, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge atualmente cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e é considerado uma das principais causas de incapacidade. Portanto, não é um transtorno incomum, porém muitos pacientes sentem-se incapazes e envergonhados por possuir a doença, não sendo um assunto muito discutido de forma aberta na sociedade.
Ademais, pacientes portadores de TB, quando em episódio de mania ou hipomania, tendem a não avaliar de forma fidedigna seu humor (podem acreditar que estão bem) e por isso deixam de aderir às medicações prescritas. Para o paciente com Transtorno Bipolar, a medicação “padrão ouro” é uma medicação que traz muitos efeitos colaterais, até que se ajuste conforme o tratamento. E por isso também, eles, quando em mania ou hipomania, se sentem bem e tem dificuldade de se manter em dia com a medicação.
Há muito preconceito no meio social, inclusive da própria família, sendo o indivíduo muitas vezes taxado equivocadamente de diferentes formas, em função da falta de conhecimento sobre o assunto. É inclusive a sexta maior causa de exclusão familiar. As consequências são prejuízos nas relações familiares, sociais, no trabalho, além de todas as perturbações medicas, como ganho de peso, disfunção na tireoide, efeitos cardiovasculares, na pele, entre outros.
Por se tratar de um transtorno que influencia no comportamento e emoções do paciente, o tratamento é imprescindível, e o acompanhamento deve ser psiquiátrico e psicoterapêutico, com utilização de medicamentos.
O tratamento eficaz para o Transtorno Bipolar
A Terapia Cognitiva-Comportamental para o Transtorno Bipolar possui um protocolo específico que visa garantir a consistência do tratamento medicamentoso do paciente e a adesão de uma rotina funcional. Através de técnicas cognitivas e comportamentais, irá auxiliar o paciente a identificar gatilhos e padrões disfuncionais para controlar de maneira eficiente o humor e serão trabalhados outros benefícios importantes para a reestruturação das crenças e pensamentos que deixam o paciente suscetível a ter crises.
Manter uma rotina medicamentosa, incluir exercícios físicos ao longo do dia, sono e alimentação adequados são estratégias importantes que ajudarão o paciente a controlar de maneira mais eficiente o humor e ter qualidade de vida melhor e mais equilibrada.
Enfatizo, pois entendo como uma informação essencial: para os pacientes do Transtorno Bipolar, a rotina é essencial para garantir a estabilização da doença!
Ou seja, frente à uma preocupação, indivíduos com ansiedade normal irão processar e se questionar, mensurar sobre a validade e veracidade do medo, ou a adequação da expectativa. Indivíduos com ansiedade patológica não se questionam e tendem a agir com uma reação potencial para eximir a ameaça e vulnerabilidade ao que estão processando sobre aquela situação ou área da vida.
Basicamente, eles utilizam estratégias como a paralisação/evitação, a defesa, o automonitoramento, entre outras. Além disso, aparecem as respostas fisiológicas como o nervosismo, a irritabilidade, palpitação, reações impulsivas, sensação de estar fora da realidade, aumento de pressão, cólica intestinal, e etc
De maneira prática, os adultos têm mais preocupações voltadas a questões financeiras, ocupacionais, suas fobias sociais e pessoais. Já em crianças e adolescentes, o prejuízo principal é na área social e acadêmica. Outro ponto importante e pouco falado é que a ansiedade pode ser herdada neurobiologicamente.
A TCC e seus benefícios para o tratamento da Ansiedade
Este transtorno, que gera grande impacto na vida das pessoas, não está apenas em momentos “normais” ou “esperados”, como a espera para um acontecimento específico, por exemplo. Ela está no dia a dia, nas pequenas tarefas, no nervosismo constante; está na ruminação de pensamentos pessimistas, da preocupação excessiva com o futuro, no coração acelerado, na falta de ar. A ansiedade tem diversas características e pode se manifestar de diversas maneiras.
Em função disso, a Terapia Cognitiva-Comportamental é uma excelente maneira de tratar este transtorno de forma objetiva, com participação ativa do paciente no próprio tratamento, podendo obter resultados mais rápidos que através de outros métodos psicoterapêuticos.
Mas, ao contrário do que muitos podem estar pensando, a TCC não tem a pretensão de curar um paciente com transtorno bipolar. Aliás, não há cura para tal doença. Um dos principais objetivos do tratamento através do método criado por Aaron Beck é evitar o surgimento de recaídas, além de possibilitar que o paciente tenha estratégias e informações para lidar com os sintomas da doença.
Em resumo, é muito possível conviver com o Transtorno Bipolar e a Terapia Cognitiva-Comportamental irá amparar o paciente e familiares, na segurança emocional e estratégias comportamentais para lidar com este transtorno.
Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental