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Socialização fora do digital está diminuindo e pode trazer consequências negativas para a saúde

Viver num meio social tem se tornado cada vez mais urgente e fundamental para o ser humano. Em função do mundo digitalizado que vivemos e com a expansão e popularização do Metaverso, há uma enorme tendência, que já está em progresso, há ocorrer uma diminuição das interações sociais. O que pode prejudicar a saúde física e mental de um indivíduo.

O papel da família na socialização

A começar pela família. Os integrantes da família, aqueles com quem temos convivência diária, têm um papel muito importante na nossa vida, que é, basicamente, nivelar nossas opiniões sobre as coisas, promover a sensação de pertencimento e de segurança. Esta convivência e ligação com as pessoas mais próximas é um mecanismo que usamos para perceber o mundo e nos adequarmos.

Segundo a teoria de Maslow, cada indivíduo tem que realizar uma “escalada hierárquica” de necessidades para atingir a sua plena auto realização, na qual existem as necessidades primárias que são as fisiológicas e as de segurança; e as necessidades secundárias, que são as sociais, estima e da própria auto realização.

A notícia ruim é que o ser humano está, de fato, socializando cada vez menos. Isso faz com que percamos o crivo de como devemos nos portar, nos orientar frente à sociedade. Por exemplo, adolescentes que jogam muito não tendem a se preocupar com a aparência, pois estão, em grande parte do dia, vivendo no virtual, onde podem escolher suas feições, suas roupas, suas características físicas. Após a chegada do Metaverso, isso se agravou. E, cada vez mais, as pessoas irão se preocupar menos, pois no personagem virtual elas vivem o que eles desejam de maneira rápida e fácil.

A evitação pode atrapalhar, mas a família pode ajudar

A questão é que, sempre que temos um problema, temos uma reação primária em se esconder, de alguma forma. Se esconder vira uma estratégia para que o indivíduo evite encarar e lidar com este problema. Isso é algo que gera muitos problemas para as pessoas pois elas irão se isolar cada vez mais e enrijecer nesse lugar. Por isso é tão essencial que os familiares convivam juntos com pessoas que estão com algum problema.

É importante reestabelecer o convívio social de uma pessoa, por exemplo, que está com depressão. No caso de Transtorno Bipolar, inserir esta pessoa na sociedade para que isso dê validade, mostre que essa pessoa não é inadequada e pode sim conviver em sociedade.

Em caso de crianças e adolescentes que estão engordando de maneira descontrolada ou já estão obesos, é essencial que algum familiar próximo tenha alguma forma de comunicação sobre o que está havendo, mostre que não é uma situação normal, que é muito prejudicial, de forma a orientar sobre como melhorar, buscando ajuda de profissionais. É a família, que possui um grau diferenciado de proximidade, que irá abrir o olhar desta criança ou adolescente e promover um autoquestionamento.

A boa notícia

A boa notícia é que isso pode ser evitado se as pessoas começarem a perceber o quão esse comportamento pode atrapalhar negativamente suas vidas. Buscar melhorar suas interações sociais, reduzir as horas que passam no virtual, estar verdadeiramente presentes em momentos básicos como uma refeição, um exercício físico, um momento com a família após um dia de estudos ou trabalho.

Nos casos que já estão avançados, em que o indivíduo não consegue conviver em sociedade, tem problemas em criar laços, em conversar com terceiros de maneira tranquila e natural, há a grande importância da intervenção de um profissional psicoterapeuta. O psicólogo pode e de maneira eficiente irá trabalhar com o paciente para que este retome o convício social e consiga, cada vez mais, balancear o uso da internet no dia a dia, para que isso não atrapalhe sua convivência em sociedade.

Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

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