Um relacionamento a dois carrega uma imensa complexidade. Mesmo quando duas pessoas possuem muito em comum, há neste meio dezenas de características, opiniões, maneiras de agir e princípios diferentes.
Os conflitos passam a surgir quando tais diferenças começam a se tornar um peso entre essas duas pessoas. Lentamente, o dia a dia de um casal vai se tornando mais pesado, com mais conflitos, pequenas discussões, ocasionando no afastamento emocional e, em alguns casos mais extremos, até um sentimento de repulsa pelo outro.
Em 2021, em função da pandemia, houve um notável aumento do número de divórcios. Por diversas razões, causadas justamente pela fase difícil que passamos, os casais tiveram que conviver confinados e com diversas preocupações externas que surgiram com o isolamento. Desemprego, incerteza, medo, entre outros sentimentos. Felizmente, em 2022, houve, segundo relatório do Cartório Notarial do Brasil, uma diminuição de 10% nos pedidos de divórcio no país.
Isso mostra que diversos fatores podem influenciar num relacionamento.
Portanto, a terapia pode e irá ajudar o casal a encontrar e trabalhar em cima de cada dificuldade, desencontro e insatisfação.
A regra mais importante deste processo é estar aberto e trabalhar a escuta e a fala empática. Ou seja, estar disposto a realmente ouvir o lado do parceiro e a se abrir de maneira que ambos tenham de forma bem clara as motivações e as opiniões de cada lado.
O tratamento através da TCC
A TCC oferece um modelo eficiente para o manejo dos problemas conjugais e a consequente melhora na satisfação dos parceiros no relacionamento. De acordo com a TCC, as crenças disfuncionais são a fonte de conflitos entre os cônjuges, e justamente por isso, esta técnica se prova bastante eficiente no tratamento do casal.
A terapia de casal é uma ótima forma de possibilitar uma melhora no relacionamento, ou, até mesmo, chegar a conclusão de que realmente a melhor solução é, de fato, o divórcio. Ao abrir espaço para o diálogo, com as técnicas e suporte do psicólogo, o casal dedica-se a de fato dialogarem. Aquele espaço se torna apenas para a possível restauração do relacionamento.
É importante salientar que um relacionamento saudável tem como preceito respeitar o espaço, a limitação do outro e, principalmente, as escolhas de cada um. Para uma boa convivência, é necessário abrir mão de estar sempre “certo”, de sempre dar a última palavra.
Relevar o que for possível e dialogar, tentando chegar a uma solução que seja possível para ambos, pode ser uma boa forma de conduzir um relacionamento.
As pessoas são livres e cabe a cada um ponderar se o relacionamento que está inserido é bom, se faz bem para ambos os lados.
Ninguém é obrigado a ficar junto.
Mas se ainda há esperança e desejo de continuar vivendo a vida como um casal, a terapia pode ser um excelente recurso, de forma que, em ambiente neutro e controlado, ambos poderão conversar, expor o que sentem e refletir sobre diversos pontos de conflito e quem sabe sair dali com uma nova perspectiva, sentimentos reavivados, um novo e fresco olhar sobre o outro.
Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental