Há uma ideia comum e errônea de que a terapia é algo que deve ser feito para sempre. Mas não é verdadeiro e pode, inclusive, atrapalhar a decisão de pessoas que necessitam fazer psicoterapia, pois essa ideia de algo sem fim gera desconforto e medo. Então, é essencial falarmos sobre o equilíbrio da terapia, para tranquilizar aqueles que sentem a necessidade de iniciar a psicoterapia.
Por exemplo, você pode iniciar o tratamento, aprender mais sobre você, quando tiver alta, ir exercitar isso na sua vida e, quando houver alguma questão nova a ser revisada, algo que te tira do prumo, aí, neste caso, você volta.
Mas vamos entender melhor sobre este ciclo.
Processo terapêutico
Partindo do princípio, o paciente pode estar em terapia por necessitar de algum tipo de adequação, que pode ser uma conquista ou um ajuste/adaptação, ou porque ele está em sofrimento (alteração emocional/humor). Em geral, ele tem algum objetivo, ou ele quer treinar habilidade social por exemplo. Ele precisa se ajustar emocionalmente porque está tendo alteração de humor frente à alguma situação (ou pelas duas coisas).
Então esses são alguns dos indicadores para nós, psicólogos. Quando o indivíduo começa a flexibilizar suas crenças/ideias, ele começa a cessar a alteração de humor, logo começa a se tornar cada vez mais independente da terapia. É, também, através do controle de metas que fazemos essa medição.
Outra coisa que a TCC faz para instaurar a durabilidade no tratamento é sobre ensinar o paciente. Estamos frequentemente “psico educando” este paciente e estamos o tempo todo dando ferramentas, métodos, formas de fazer as coisas, para que ele utilize isso na vida dele.
Então frente a uma alteração de humor, é esperado que ele recorra a um questionamento socrático que é o questionamento que nos faz flexibilizarmos as crenças.
O paciente aprende a fazer esse questionamento sozinho.
O momento da alta
É neste momento que o paciente dá sinais de que está pronto para a alta, através de objetivos sendo conquistados, estabilização do humor, sensação de controle sobre sua própria vida, seu entendimento de que ele é o agente e a solução dos seus problemas. São diversos fatores que demonstram para o psicoterapeuta que o paciente está pronto para a alta.
Importante! Uma alta não significa que o paciente nunca retornará para a terapia.
Existem crenças que são extremamente rígidas, o que pode fazer com que o paciente retorne à terapia com bastante frequência, às vezes com intervalos de anos.
Também fundamental aqui é dizer que, tais fatores que determinam uma possível alta, também podem demonstrar a necessidade de um aumento na frequência das sessões ou prolongamento do tempo de terapia.
Em qualquer um dos casos, o paciente pode ficar tranquilo, pois o progresso está sendo frequentemente avaliado pelo psicoterapeuta e a alta será dada no momento ideal.
Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
Gabriela Di Modica Braga
CRP 06/139645
Psicoterapeuta e Supervisora
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental